Anita Garibaldi em quadrinhos-ProAc LAB

22/06/2021

Este projeto de pesquisa, documentação e produção da biografia em quadrinhos de Anita Garibaldi tem o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo através do ProAc-LAB.
Os logos aprovados para a ação encontram-se abaixo.

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Anita Garibaldi no King’s College de Londres (ProAc- LAB)

28/09/2021

Nesta quarta-feira, 29 de setembro de 2021, a tradicional e quase bicentenária Universidade King’s College de Londres, através do Brazil Institute, fará um webinário sobre Anita Garibaldi.
Serão três painéis com palestrantes de vários países: professores, escritores, historiadores.
Custódio Rosa, autor da biografia em quadrinhos de Anita Garibaldi (apoio do ProAc Lab), participará do terceiro painel falando sobre o processo de adaptação de uma biografia histórica para os quadrinhos. Sua participação será o fechamento das atividades do dia.
Também este evento marcará justamente o início da divulgação da nova fase da biografia em quadrinhos de Anita, que ganhará seu complemento ao longo dos próximos meses.
O evento será em inglês e as inscrições gratuitas podem ser feitas no link abaixo:
https://www.kcl.ac.uk/events/celebrating-anita-garibaldis-200th-birth-anniversary-women-leadership-in-politics-and-international-relations

Após o evento, se houver disponibilidade, será colocado o link com o evento completo.

O projeto de biografia em quadrinhos de Anita Garibaldi tem o apoio do Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo através do ProAc-LAB.

Reabertura da Casa de Anita-2 (Laguna- SC)

02/09/2019

Conforme dito na última postagem, dia 30 de agosto de 2019 foi reaberta a Casa de Anita,  em Laguna.

Abaixo imagens da parte externa, onde estão 8 painéis externos com trechos da HQ Anita  Garibaldi escolhidos por mim.

Cada painel conta a relação da vida da  heroína com algum aspecto cultural, histórico ou geográfico da cidade.

 

Reabertura da Casa de Anita- Laguna (SC)

28/08/2019

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No dia 30 de agosto o museu Casa de Anita reabre após obras de restauração capitaneadas pelo Iphan.

Além da ótima localização ao lado da Praça Central e da Igreja Matriz, a casa (onde Anita se preparou para seu casamento) tem um agradável terreno externo onde que serão instalados sete painéis com imagens retiradas do “Anita Garibaldi, o nascimento de uma heroína“.

A convite da incansável Francielen Meurer da Fundação Lagunense de Cultura, criei o conteúdo destes painéis. Dividi as sete pranchas inspiradas nos espaços em que eles ficarão distribuídos (na parede externa da Casa, no café externo e no playground).

Portanto um painel falará de “café” (dois trechos do livro em que o café tem papel importante), dois falarão da Anita criança, seus brinquedos e atividades e, por fim, quatro painéis com a relação da heroína e a cidade em si (geografia, cultura, fauna, etc…).

Enquanto montam os painéis, uma prévia de um deles vai aqui embaixo, em baixa resolução pra não tirar o inédito da inauguração.

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Agradeço à Giovanna Lojacono, que como sempre fez uma brilhante tradução de textos e legendas dos painéis para o italiano.

Giovanna Lojacono, a tradutora de Anita na Itália.

09/01/2018

 

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Se Anita é de certa forma considerada “mãe” da pátria italiana (que tem dois “pais”, Garibaldi e Vittorio Emanuele), Giovanna Lojacono é “mãe” da biografia da Anita Garibaldi em quadrinhos na Itália.

Siciliana, formada em direito, casada, é mãe de duas das meninas mais lindas que já vi na vida, mas sua paixão profissional é pela tradução italiano-português, e vice-versa.

É a grande responsável pela publicação de Anita na Italia, conseguindo fazer a junção entre pontos que não se conheciam e identificar a grande possibilidade de reunir autor e editora.
No momento, trabalha na tradução para italiano do livro “Belo,  fio de cabelo”,  também de minha autoria, para ser publicado pela Verba Volant ainda este ano.

De sua cidade, Catania, gentilmente arrumou um tempo na véspera de seu aniversário (que é hoje, 9 de janeiro) e enviou estas respostas para o blog.

Este post é uma pequena homenagem de aniversário a ela.

Me fale um pouco de você.

Nasci em Paternò, uma pequena cidade nas encostas do Etna. Minha família tem trabalhado no campo jurídico há várias gerações. Pensando em seguir esse caminho também me formei em direito, mas a vida me levou para outro lugar.

Como se deu sua aproximação com a língua portuguesa?
E com o Brasil?

Me aproximei da língua portuguesa por causa da bolsa comunitária Leonardo da Vinci que ganhei em Portugal . Foi uma oportunidade única para aprender uma nova língua e estudar de perto o sistema de proteção à criança adotado pela Comissão para a Protecção das Crianças e Jovens em Risco (CPCJ) de Viseu. Com certeza a paixão pela língua chegou com a descoberta do Brasil. O som da pronúncia das palavras me fascinou desde a minha chegada em São Paulo.

Você morou por aqui por um período. Conte sobre a experiência, os lugares que gostaria de voltar e os que gostaria de conhecer no Brasil.

Trabalhei no Brasil com a AiBi ong, uma associação que luta em prol das crianças abandonadas. Tive a tarefa de coordenar um projeto financiado pela CAI (Commissione per le Adozioni Internazionali) para monitorar e verificar as condições das crianças hospedadas nos abrigos de Goiânia. O projeto beneficiou da parceria da Vara da Infância e do Ministério Público. Também fui representante das Adopções Internacionais e acompanhei três processos de adoção no Estado. Goiânia é uma cidade tranquila. Lembro-me de ter ficado impressionada com a visão da “comida a quilo”, da atenção “social” à higiene pessoal e ao lar. Fiquei surpresa com as celebrações religiosas, as missas dominicais, tão alegres e pouco melancólicas. A recepção que recebi como italiana foi sempre maravilhosa, embora eu tivesse dificuldade em me fazer respeitar no âmbito profissional (porque estrangeira). Gostaria de visitar os Lençóis Maranhenses .

Você foi a grande responsável pela possibilidade da primeira parte da biografia de Anita Garibaldi em quadrinhos sair na Itália.
Como foi traduzir este trabalho? Quais foram as dificuldades? E as descobertas?

Na minha vida, o discurso de “lançar sementes e ver se algo pode nascer” é um tema que sempre volta. O livro sobre Anita era muito interessante e bem escrito. Merecia de ganhar a bolsa da FBN. Apenas atuei como um link entre o autor e uma editora siciliana interessada. Criar laços, reunir, concordar é o que eu faço melhor. Traduzir este livro permitiu-me de conhecer a vida de uma mulher forte e orgulhosa. As dificuldades foram dadas pela presença de uma grande quantidade de informações sobre a história do Brasil e foi necessário fazer que o texto fosse  legível para o jovem  público italiano das escolas. Descobri que a ANITA no Brasil ainda é muito amada.

Como você utiliza os português no seu trabalho quotidiano?

Trabalho diariamente com conhecido Escritório de Tradução de São Paulo. Sou tradutora juramentada de português para italiano cadastrada no Tribunal de Catania.

Você é apaixonada pela cozinha, tem um blog sobre isso que está em desenvolvimento…

Gosto de boa comida, sempre gostei. Ao longo dos anos, entendi que alguns sabores se misturam melhor com outros. A partir desse ponto de partida, comecei a experimentar. Devo dizer, no entanto, que tenho uma vantagem. A minha  é uma grande família siciliana onde todos sabem cozinhar. Coleciono receitas antigas, tradicionais e deliciosas ha muitos anos. Penso que são formas de arte que não precisam desaparecer. Daí a ideia do meu blog. E com a minha amiga Ute, recentemente, decidimos começar aulas de culinária siciliana e austríaca para estrangeiros. São receitas simples que podem ser replicadas ao retornar para casa.
(https://www.socozinhasiciliana.com)

Você também faz parte de uma entidade de assistência para direitos das crianças.

Sou membro fundador da Associação não lucrativa “Centro Studi per i Diritti dei Bambini”, com sede em Roma. Percebemos que a assistência prestada às crianças abandonadas e acolhidas nas comunidades seja ligada à subsistência física. Ninguém pensa que têm direito de crescer também culturalmente. Então, decidimos criar uma biblioteca itinerante e cuidar dos projetos de leitura.

O mundo está em crise, e a crise acaba chegando a todos os lugares.
Itália, sobretudo a Sicília, fica próxima de territórios com graves problemas políticos e sociais. Chegam muitas embarcações com refugiados no país e na ilha. Certamente isso causa tensões sociais.

Na Sicília barcos chegam diariamente com pessoas desesperadas. É uma situação terrível.  Acredito que as tensões sociais são decorrentes de vários fatores, incluindo a desorganização e falta de dignidade dos centros de acolhimento da Sicília, incapazes de acolher homens e mulheres e crianças com experiências de vidas assustadoras. Mas também é o racismo generalizado em relação ao estrangeiro.

E como você imagina a Sicília para suas duas filhas no futuro?

Espero que a Sicília das minhas filhas seja capaz de tornar a presença de outros uma riqueza.

Nestes dias a situação do lixo em Sicília è gravíssima.

Quais o seus contatos caso alguém queira te procurar para fazer traduções português-italiano-português?

giovannalojacono.gl@gmail.com

Resenha sobre “Anita Garibaldi, la nascita di una eroina” na Radio24- Itália

01/12/2017

Neste domingo, 03 de dezembro, às 22:30 (horario italiano), o programa Un libro tira l’altro, da Radio24, conduzido pelo jurista, jornalista e economista Salvatore Carrubba, vai fazer uma resenha do “Anita Garibaldi, la nascita di una eroina“.

Anita, que percorreu, em 30 dias, 500 km do território italiano a pé e a cavalo fugindo dos perseguidores, ainda segue caminhando altiva pela Itália, 170 anos depois.
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Nella puntata di  Domenica 3 dicembre del programma Un libro tira l’altro, in onda alle 22.30 su Radio 24 – Il Sole 24 ore, Salvatore Carrubba recensirà il libro Anita Garibaldi, la nascita di una eroinadi Custòdio.

Anita, che in 30 giorni ha percorso 500 km dal territorio italiano a piedi e a cavallo in fuga dagli inseguitori, sta ancora camminando altezzosamente attraverso l’Italia, 170 anni dopo.

http://www.radio24.ilsole24ore.com/programma/un-libro-tira-altro

“Anita Garibaldi Tour”: Catânia

16/09/2017

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Souvenir de pedra de lava com mapa da Sicília- Catânia

 

Catânia está quase aos pés do Monte Etna.
Quando criança, o imaginário era de que o Etna (e o Vesúvio) eram espécies de monstros terríveis como Godzillas, que cospiam fogo e causavam terremotos devastando cidades. O mundo pré-internet era imenso e desconhecido, e imaginar que pessoas viviam em volta daqueles monstros era assustador.
Agora, passamos ao largo e descobrimos que é apenas uma montanha, silenciosa, às vezes fumegante, cheia de cidades ao redor, todas sobrevivendo através da fertilidade da lava misturada ao solo, todas sabendo que talvez amanhã, talvez daqui a cem anos Godzilla irá acordar e tudo pode ser queimado. E tudo será reconstruído de novo, como é feito há milhares de anos.

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O calçamento de pedra de lava, na praça Duomo, Catânia

Em Catânia, a pedra preta de lava é objeto de uso e construção em quase todo lugar. De lembranças e souvenires delicados como a que abre este post aos paralelepípedos de rua, quase tudo reutiliza essa matéria prima fácil de encontrar.

O símbolo de Catânia é o Liotro, elefante de pedra de lava que fica na Praça do Duomo. Tem adornos em mármore (sua presa e um obeslico) que não pertencem ao elefante original, danificado no grande terremoto de 1693 e reconstruído por G.B Vaccarini em 1737.

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Fontana dell’Elefante- Catânia

A lenda é que o elefante protege os cataneses das erupções.
Obviamente não há elefantes na Itála, mas não é difícil imaginar algum circulando por aqui trazido por alguma das tantas ocupações diversas que a Sicília teve, dada a proximidade com a África e Oriente Proximo.
Mas também há uma fábula de que o mago Eliodoro (Liotro) cavalgava o elefante atormentando os cataneses com diabruras, entre elas pagar produtos com pedras de ouro que viravam pedra de lava quando os cataneses colocavam as mãos.

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A primeira atividade foi uma palestra na Scuola Superiore Turrisi Colonna, que forma futuras educadoras. Falar um pouco do processo de pesquisa, assim como da importância do uso da linguagem do desenho para ensinar e fixar.

 

 

 

Em Catânia, fui acolhido pela minha tradutora e nova “amiga desde o nascimento”, Giovanna Lojacono.
Giovanna merecerá um post exlcusivo em outro momento.

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Giovanna Lojacono, tradutora, advogada e alma inquieta.

 

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À noite, um bate-papo na deliciosa livraria Vicolo Stretto, que fica, justamente, em um “beco estreito” em um agradável boulevard de restaurantes e pizzarias.

Esse encontro teve a mediação competente de Marco Grasso -que ilustrou a conversa com um powerpoint de larga pesquisa- e a presença do grupo de “Bonelliane” (fãs dos quadrinhos da editora de Sergio Bonelli) chefiado por Tindaro Alessandro Guadagnini.

 

A Vicolo Stretto filmou todo o bate-papo, que pode ser visto abaixo ou em seu link de Facebook.

Lancio del libro Anita Garibaldi e chat nella Libreria Vicolo Stretto

“Anita Garibaldi Tour”- de Roma à Sicília

14/09/2017

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O moderno e o antigo andam juntos na Sicília.

Após 5 dias de feira em Roma, além de um evento em um abrigo para crianças- cujo registro fotográfico é proibido- era hora de descer para a Sicília.

O trajeto de 800 km entre a capital e a ilha se deu em um confortável Fiat Dobló da editora, entre livros na parte de trás do furgão e muitas conversas sobre culturas italiana e brasileira.

Algumas coisas ficam claras para um brasileiro que viaja pela Europa fora do cliché de turista comum -hotéis, passeios e comércio. Quando você interage com as pessoas no ambiente profissional delas, ou está convivendo entre os nativos -e você é só mais um detalhe- se percebe alguns clichés se cristalizando e outros sendo dispensados.

                – é fato que quando me disse “brasileiro” em quase todos os lugares, fui recebido com um sorriso e certo tom acolhedor. Isso acontecia em viagens de turista, mas quando se está em um ambiente um pouco mais profissional, o padrão não muda. A aura de país idílico e exótico que corre a Europa desde 1500 ainda persiste e é o que exportamos, voluntariamente ou não. A história de “futebol, samba e carnaval” está no inconsciente coletivo. Italianos, turcos, holandeses, portugueses, tchecos e mesmo alemães costumam ser receptivos ao “bazuca”. Talvez depois dos 7 a 1, estes últimos fiquem risonhos por outros motivos.

                – ouvi na Itália, de ilustradores, editores ou consumidores de livros, frases do tipo “desculpe, não sei falar espanhol”. Nossa capital não é Buenos Aires, mas muita gente ignora nossa língua.

                – também ouvi algumas vezes “quando falaram que você era brasileiro, achei que fosse negro”. São observações sinceras, pelo que entendi, quase ingênuas, sem tom racista ou classificatório. Seria como ir conhecer um sueco, descobrir na hora que ele é negro e verbaliar a “surpresa”. Tento explicar o caldeirão de raças em que estamos metidos, e que pelo padrão europeu e americano eu sou negro, pois minha bisavó era escrava. Mas voltamos ao cliché “futebol, samba e carnaval”: são artes de excelência negra, é isso que sabem de nós, é isso que esperam de nós.

A entrada na Sicília se dá por travessia de balsa (traghetto) de Reggio-Calábria a Messina, a primeira cidade a leste, mais perto da “bota” italiana.

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A tradicional foto do parapeito do traghetto.

Não seria difícil uma ponte fazendo esta ligação relativamente curta, mas me explicam que os diversos interesses (donos de balsa, máfia, políticos e a cidade de Messina, que recebe porcentagem do comércio da travessia) impedem a construção da ponte.
Acho que sabemos bem como é isso.

 

 

Aos olhos de um brasileiro, a Sicília é Itália pura. Aos olhos dos italianos continentais, nem sempre.

A imagem geográfica de uma bota prestes a chutar a ilha parece ser tão simbólica quanto verdadeira muitas vezes. Conviver com o estigma de pobreza, berço da máfia,  ter um falar característico do sul costuma ser motivo de preconceito do pessoal do norte, algo parecido com o que temos aqui, apenas com as referências de direções invertidas. Isso se agrava porque em alguns momentos de crise, com sua economia mais frágil e dependência de materias-primas naturais como pesca, cultivo e produtos regionais, os sicilianos migraram em massa para outras regiões e países.

Mas a Sicília é um lugar de imensos fascínios. Foi habitada e colonizada por diversas culturas e civilizações ao longo da história, e tem traços gregos, espanhóis, africanos, árabes, italianos e catalões. A comida é deliciosa, qualquer azeitona te faz revirar os olhos, e os passeios vão desde de vestígios rupestres, passando por teatros de mais de dois mil anos, ainda utilizados, até o mais puro design moderno italiano.

Essas diferentes colonizações também deixaram traços distintos nas cidades e povoados, e, como é comum na Europa, a distância de pequenos quilômetros é suficiente para trazer diversidade de hábitos, alimentação e, obviamente, rivalidades. Siracusanos e cataneses não se bicam, e os orgulhosos cataneses, habitantes de uma cidade bastante sólida economicamente, têm rivalidade com Palermo, a capital no outro extremo da ilha, que os olha com certo desprezo. Nem precisa dizer que, neste caso palermitanos e siracusenses se aliam quando o assunto é não gostar de Catânia, isso vale para muitos aspectos, incluindo o futebol. O Palermo, com sua camisa rosa, é o time mais sólido da Sicília, mas sobe e desce de divisão com frequência. O Catânia é maior que o Siracusa, já esteve na primeira, mas ambos estavam frequentando a terceira divisão e os embates eram severos.

E estamos falando de apenas três capitais de províncias. Ao todo são nove províncias e 390 municípios. Apesar disso, a população de toda a ilha é de 5 milhões de habitantes, menos da metade da cidade de São Paulo.

O primeiro destino é justamente Catânia, mas isso fica para o próximo post.

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Roma 2- Presentes para Anita

11/09/2017

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Era domingo, 11 de dezembro, 12 dias antes do inverno romano e meu último dia na cidade.
Pouco antes da hora do almoço, eu estava em um ponto no bairro de Trastevere, esperando o ônibus 115 que me levaria a um encontro muito especial.
Um encontro com uma garota.

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Atrás de mim, no ponto de ônibus, o cartaz da Feira Piu Libri Piu Liberi, meu segundo destino do dia.

Ela nem sabia, provavelmente, mas eu a acompanhava por alguns anos. Quando criança, ouvia histórias tanto heróicas quanto difamadoras a respeito dela, que saiu do mesmo lugar que meus pais.
Uma garota que casou contra a vontade aos 15, aos 18 encontrou o amor da sua vida e largou casamento, família, cidade e país empenhada em lutar pelo próprio destino, que a fez protagonista de uma história de coragem, paixão, atrevimento, mas, talvez e principalmente, de desespero pelo ato de viver, de conhecer um universo maior do que o que se apresentava pra ela.

Esta escolha a levou entre tiros, fugas, batalhas, navegações, explosões, doença e mortes, de alguns filhos e inclusive a dela mesma.

É meu segundo encontro com ela aqui.
Da outra vez, vim carregado de entusiasmo e fascínio, mas mãos abanando. Desta vez não: na mochila tragos dois presentes especiais.

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O ônibus 115 chega e começa a subir um pouco em ziguezague as alamedas íngremes do Monte Gianícolo, a oitava colina de Roma, e de onde melhor se pode ver a cidade toda. Na parte mais alta deste monte está imponente a estátua de Giuseppe Garibaldi. Durante o cerco sobre Roma em 1849, quando por poucas semanas Roma se tornou República e Garibaldi era um dos seus comandantes, foi deste monte que ele e seus camicie rosse defenderam a cidade, reforçados por uma Anita grávida de quatro meses que veio de Nice, furando sozinha o cerco inimigo, para se juntar ao seu marido e lutar.

Em retribuição, a cidade colocou Garibaldi eternamente sobre seu cavalo no alto desta montanha, olhando por Roma.

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Fiz uma referência a este momento histórico – e eternizado em estátua- no livro, quando Garibaldi ainda jovem vê Roma pela primeira vez e fica apaixonado.

Poeticamente, o coloquei no mesmo lugar onde hoje fica sua estátua.

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Garibaldi vê Roma do Janículo, do mesmo ponto onde está sua estátua hoje.

Mas a minha garota não está ali, e sim alguns metros adiante.

Desço do ônibus e vou caminhando devagar.
Para um sujeito um tanto cético, me surpreendo com o clima ritualístico e emocional em que estou envolvido.
De longe já a vejo, entre as árvores, simbolizada no belíssimo monumento de Mario Rutelli. Poucos carros passam, mas é domingo, pessoas caminham, tiram fotos e aproveitam o clima ameno.

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Chego mais perto, aprecio o momento. Não é a primeira vez que estou aqui, mas nunca se sabe quando será a última.
Como de propósito, o movimento de passantes e turistas diminui, até que acaba.
Ficamos só nós dois, eu e ela.

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Lá no alto, sobre o cavalo, ela com seu filho recém-nascido no colo, escapando de um cerco imperial em Mostardas- RS. Garibaldi estava fora, ela saiu ilesa varando as tropas inimigas semi-nua com o filho nos braços.

Dou a volta ao redor do monumento, passagens em alto-relevo contam períodos da vida dela, curando pessoas, guiando soldados, sendo carregada nos braços.

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O cheiro de folhas no chão, o solo um pouco úmido, o barulho de Roma ao fundo, não posso negar que é um momento comovente.
Por instantes agradeço a oportunidade e a ousadia de fazer da sua vida um trabalho pessoal, de autor, do qual espero estar à altura.

Tiro da mochila os meus dois presentes. Meus dois livros sobre a primeira parte da vida dela, um em português, outro em italiano.

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Deposito aos pés do monumento, bem em frente à placa que indica que ali também estão seus restos mortais.

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Recolho minha mochila, a câmera fotográfica, e eis que surge um casal, olha intrigado e pega os dois livros. Não viram quem colocou, folheiam e devolvem ao lugar.

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Minha tarefa está concluída, por enquanto.

Um panini em uma barraquinha aos pés do Garibaldi, pego o 115 em direção à Trastevere, tenho uma feira de livros pela frente e alguns autógrafos para desenhar.

Até mais, Anita.

Resenha: Chronica Libri

06/09/2017

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O blog vai publicar algumas resenhas que vêm sido publicadas na Itália desde o lançamento do livro Anita Garibaldi em dezembro de 2016.
A primeira é do Chronica Libri, um site de análise e resenhas de livros.

A resenha abaixo é a tradução do texto original encontrado AQUI

Giulio Gasperini
AOSTA.

De onde vem uma heroína?
No outro extremo do mundo, na província brasileira de Santa Catarina, uma família pobre com dez filhos, em que o pai morre cedo e a mãe tem que criar todos eles. Uma delas é chamada Ana Maria de Jesus Ribeiro da Silva, que mais tarde se chamará Anita, e se apaixonará por um líder, Giuseppe Garibaldi, que desembarcou exilado na América do Sul e foi chamado a…

O cartunista brasileiro José Custodio Rosa Filho contou, em Anita Garibaldi, uma graphic novel editada pela Verbabolant Edizioni na Itália, os anos que viram nascer a heroína Anita heroína, com foco no período  sul-americano.

Com atenção extrema e detalhada aos fatos históricos, narrados nas mais ligeiras reversões, origens e consequências, Custódio conta os primeiros anos de vida e experiência da jovem Ana Maria, casada com um homem mais velho que ela e obrigada para cumprir as obrigações matrimoniais que não lhe agradavam.
Ao mesmo tempo, a Grande História, que se desenrola em sua cidade, Laguna, se apresenta na forma de um homem italiano que, assim que a percebe fora da multidão dos rebeldes, diz: “Você deve ser minha”. Anita sabia, devido a sua personalidade, que este relacionamento seria uma chave esmagadora de afirmação, antes de mais nada.
Custódio se fixa na narração dos anos sul-americanos, decidindo unir a história documentada e testemunhada a invenções e criações narrativas que enriquecem sem causar incidentes.

Através de um desenho que é saboroso e denso de significados, em preto e branco que é pureza e simplicidade ao mesmo tempo, Custódio nos dá o retrato de uma época, de uma história que está longe de nossos livros de história (italianos), mas que nos interessa, e também serve para entender a nossa história.

Custódio também nos dá um retrato de uma mulher que se torna um hino, uma celebração da vida: determinação, coragem e audácia de uma jovem que não foi intimidada pelos homens e suas leis, escolhendo as definições de sua liberdade.

Tudo continua como um exemplo válido ainda hoje, apesar de tudo.

Libreria dei Ragazzi di Siracusa: Anita Garibaldi

05/09/2017

Este simpático vídeo produzido pela Sabrina ed Elisia, da Libreria dei Ragazzi, em Siracusa, foi veiculado no Facebook meses atrás.
Uma maneira criativa da livraria atualizar suas novidades. Aqui a parte editada que fala de Anita Garibaldi.

Questo bel video prodotto da Sabrina e Elisia, della Libreria dei Ragazzi di Siracusa, è stato trasmesso in Facebook mesi fa.
Un modo creativo della libreria aggiornare le notizie del mercato. Ecco la parte in cui parli di Anita Garibaldi.

Roma 1- “Anita Garibaldi Tour”- Dezembro de 2016

30/08/2017

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Pôr-do-sol romano visto da Basílica Santa Maria in Ara Coeli

Em dezembro de 2016 viajei por quatro cidades italianas para o lançamento do livro “Anita Garibaldi, la nascita de una eroina“, a versão europeia do livro lançado aqui em 2010 (no momento esgotado).

Por motivos diversos, as postagens desse tour até hoje não tinham sido feitas. Mas como algumas resenhas do livro ainda têm saído na imprensa italiana e o blog tem um perfil documental sobre o projeto como um todo, cabe postar sobre essa experiência italiana, mesmo com atraso.

Nas próximas semanas publicarei resenhas e críticas italianas sobre o livro, assim como os relatos da viagem, contando as experiências em cada uma das cidades visitadas.

Talvez essas postagens possam ser apreciadas desta maneira: como um  diário de viagem que de repente foi achado em uma gaveta.

Roma 1- A Feira

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O principal evento em Roma era o lançamento do livro na feira Piu libri, pui liberi, que traduzido mais ou menos ficaria “quanto mais livros, mais livres”.

Esta feira fica no Palazzo dei Congressi em EUR, um bairro “moderno” de Roma, afastado do centro histórico, com avenidas largas, prédios racionalistas, praças e chafarizes.

Foi um bairro aberto na marra por Mussolini, espalhando os limites de Roma para o sul e tinha o objetivo de receber a Exposicão Universal Romana (EUR) em 1942, uma feira mundial que tinha versões anteriores em Paris e Londres.

A guerra impediu a feira e o projeto, que foi sendo completado posteriormente seguindo o projeto original, mesmo o Fascismo e Mussolini sendo extirpados.

A continuidade urbana é de praxe na Europa. A visão de longo prazo, por décadas ou séculos, sem pensar em ciclos de obras e conceitos a cada quatro anos ou a cada mandato é de dar dor no cotovelo.

A Feira é feita para pequenas e médias editoras italianas, se assemelha à feiras brasileiras, mas a potência do mercado destas editoras é muito maior. Os corredores estavam lotados praticamente todos os dias, em quase todos os horários. É visível que o hábito de leitura consegue movimentar e sustentar editoras artesanais, ou mesmo aquelas que são “quase grandes”. O trabalho é duro, o mercado tem muitas editoras, mas tem muita gente lendo.

E estamos na Itália: a estética e a parte visual conta. A VerbaVolant tem livros-cartazes, que ela chama de “livros de paredes”(Libri da Parati), que são extremamente procurados pela beleza visual, esgotando tiragens. Best Sellers.

Em um dos dias eu e a editora Fausta di Falco demos entrevista para a  jornalista Monica Soldano, que veiculou na rádio em que trabalha e no 100 passi Journal.

No terceiro dia de Feira fiz uma palestra(*) para crianças em um dos auditórios do complexo Palazzo dei Congressi.

A editora Fausta di Falco e a generosíssima tradutora do livro Giovanna Lojacono fizeram parte da mesa.

No último dia de Roma visitei o monumento de uma velha amiga, para deixar uns livros.
Mas isso fica pra uma próxima postagem.

(*) Palestra

Palestra, para nós, um termo consagrado como evento em que um ou mais convidados dividem palco ou microfone para falar sobre assuntos diversos, na Itália é simplesmente “ginásio de esportes”. A nossa academia. “Vado alla palestra” é alguém indo malhar.

Aqui no Brasil, Palestra, Itália e Academia são termos que não se encontram entre pesos e ergométricas, mas sob um time de futebol.

Por acaso, o time do autor.
🙂IMG_1946_b_red.

Resenha publicada na Gazzetta di Parma no último domingo

30/08/2017

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Desde que foi lançado o livro recebeu perto de uma dúzia de resenhas em veículos italianos. Todas extremamente positivas.

Nada mau para um livro lançado aqui sem editora, com apoio de um edital e sem reedição desde 2010.

Entrevista na TV Cultura.

21/04/2017

Abaixo vai o programa JC Debate sobre mulheres na História.
Foi ao ar nesta sexta-feira, dia 21 de abril, com mediação de Adriana Cimino, e participação de Paulo Rezzutti e Custódio Rosa.
Anita Garibaldi, Dona Leopoldina, duas mulheres que viveram quase a mesma época, suas semelhanças e diferenças, entre outras coisas.

Entrevista TV Cultura: Programa JC Debate.

20/04/2017

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Amanhã, sexta-feira dia 21/04 às 12:30 vai ao ar o programa JC Debate, com o tema Mulheres na História.

O programa teve a mediação de Adriana Cimino e participação de Paulo Rezzutti, falando de Dona Leopoldina, e Custódio, falando sobre Anita Garibaldi.

Foi um bate-papo informal e agradável, e agradecemos o convite e a recepção.

Entrevista TV Cultura: correção

17/04/2017


A produção do JC Debate me corrigiu:

Amanhã, terça-feira, será a gravação do programa em que falarei sobre Anita Garibaldi junto com o historiador Paulo Rezzutti, que falará sobre D. Leopoldina.
O programa deve ir ao ar na sexta, dia 21, mais detalhes serão colocados aqui nos próximos dias.

Entrevista TV Cultura

15/04/2017

Nesta terça-feira, 18/04, às 12:30, estarei no programa JC Debate, da TV Cultura, falando ao vivo sobre Anita Garibaldi.

Colocaremos o link direto para a gravação do programa assim que a TV Cultura disponibilizar em sua página de internet aqui.

Chapecoense

29/11/2016

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Estou prestes a embarcar para lançar meu livro sobre Anita Garibaldi na Itália, ainda comemorando o campeonato Brasileiro do Palmeiras, com a vitória sobre a Chape no domingo.
Chapecó, que é de Santa Catarina, terra Natal de Anita e que fica a 200 km de algumas das maiores façanhas da heroína.

Há 6 anos postei um desenho de Anita e Garibaldi com a camisa do Palmeiras, porque imaginava que, se vivio fosse, Garbaldi, com sua corajosa alma apaixonada italiana, certamente seria um grande palmeirense.
Estava pronto para postar novamente, como despedida do Brasil, quando aconteceu esta tragédia.

É com se este desenho estivesse esperando ha seis anos para ganhar a versão definitiva.

Que a alma de Anita e Garibaldi, heróis e apaixonados, dêem força para os familiares.

Sono in procinto di imbarcarsi per lanciare il mio libro su Anita Garibaldi in Italia, ancora celebrando i Palmeiras campionato brasiliano, con la vittoria sul Chapecoense Domenica.
Chapecó, che è Santa Catarina, Anita terreno di Natale e si trova a 200 km da alcuni dei più grandi successi di eroina.

6 anni fa pubblicato un disegno Anita Garibaldi e con la maglia Palmeiras, perché il pensiero che se fosse Vivio, Garbaldi con il suo coraggioso animo appassionato italiano sarebbe certamente un grande palmeirense.
Ero pronto a inviare di nuovo, come un addio del Brasile, quando questa tragedia è accaduto.

E ‘con questo disegno era in attesa sei anni fa per vincere la versione finale.

L’anima e Anita Garibaldi, eroi e amore, danno forza alla famiglia.

Anita Garibaldi a Catania.

28/11/2016

Abaixo a arte-convite para lancamento do álbum Anita Garibaldi em Catânia, Sicília, dia 14 de dezembro.
Antes deste lançamento, haverá cinco dias de autógrafos e eventos na feira Piu Libri, Piu Liberi, em Roma, entre 07 e 11 de dezembro.

Sotto l’arte di invito per lanciare l’album Anita Garibaldi in Catania, Sicilia, 14 dicembre organozado Libreria Vicolo Streto, Verba Volant Edizioni e Tindaro Alessandro.

Prima, ci saranno cinque giorni di autografi ed eventi in fiera libri più, più liberi di Roma, tra 07:11 di dicembre.

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Anita Garibaldi Italian Tour- 2016

27/11/2016

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Tenho a imensa satisfação de apresentar as cidades confirmadas onde haverá lançamentos de “Anita Garibaldi, na nascita di una eroina” (Verba Volant Edizioni).
Além de apresentações e sessões de autógrafos, estão previstas palestras em escolas em todas as cidades.

Roma: de 7 a 11 de dezembro, Feira Piú Libri, Piú Liberi, Palazzo dei Congressi;
Catânia (Sicília): 14 de dezembro – palestra e livraria;
Siracusa (Sicília): 15 de dezembro – palestra e livraria;
Palermo (Sicília): 16 de dezembro – evento literário.

A programação é fruto do grande esforço coletivo do autor, de Fausta di Falco (editora), de Giovanna Lojacono (tradutora).

Ciao, Italia!

——
Ho grande piacere per presentare le città dove ci saranno confermate “Anita Garibaldi, in Nascita di una Eroina” (Verba Volant Edizioni).
Oltre alle presentazioni e sessioni di autografi sono previste lezioni nelle scuole.

Roma: 7-11 dicembre Fiera Più libri, Più Liberi, Palazzo dei Congressi;
Catania (Sicilia): dicembre 14 conferenza e libreria;
Siracusa (Sicilia): dicembre 15 – conferenza e libreria;
Palermo (Sicilia): dicembre 16 – evento literario.

La programmazione è risultato de un grande sforzo collettivo dell’autore, Fausta di Falco (editore), Giovanna Lojacono (traduttore).

Anita in Italia!

22/11/2015

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Anita Garibaldi, la nascita di una eroina, biografia fumetti, sarà pubblicato in Italia.
Il contratto è stato firmato con Verba Volant Edizioni, casa editrice italiana con sede a Siracusa, in Sicilia.
La traduzione e la stampa avrà l’aiuto della Biblioteca Fondazione Nazionale, e il lancio avverrà nel Fiera Piu Libri, Piu Liberi, a Roma, 7-11, Dicembre 2016.

Non male per il sogno di un bambino, che è diventato un progetto autoriale senza editore, dipendeva premi per avverarsi e ora arriva in Europa.

Un ringraziamento speciale va a Giovanna Lojacono, traduttore, a cui piaceva il progetto “Anita”, ed ha ottenuto un editore per questo libro.

Ciao, Italia!

Anita Garibaldi será publicada na Itália

21/11/2015

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Retomamos as atividades neste blog para uma boa notícia:

Anita Garibaldi, o nascimento de uma heroína será publicado na Itália.
O contrato foi assinado com a Verba Volant Edizioni, editora italiana sediada em Siracusa, Sicília.
A tradução e impressão terá a ajuda da Fundação Biblioteca Nacional, e o lançamento se dará no maior evento literário italiano, o Salão Internacional do Livro de Torino, em maio de 2016.

Nada mal para um sonho de garoto, que se tornou um projeto autoral sem editora, dependeu de prêmios para virar realidade e agora desembarca na Europa.

O agradecimento especial vai para Giovanna Lojacono, italiana de Catania, tradutora profissional, apaixonada pelo português, que achou o livro na internet e não descansou enquanto não conseguiu uma editora que apostasse no projeto.

Ciao, Italia!

Viagem ao Uruguai

22/06/2011


Estive em Montevidéu, no Uruguai, pesquisando sobre a vida de Anita e Giuseppe Garibaldi por lá.

Eles viveram na capital celeste entre 1841 e 1848. Na cidade tiveram três filhos (uma, Rosita, morreu com dois anos).

Em Montevidéu, Anita pode ter uma vida de mãe e dona de casa. O que não significa que ela nao tenha tido lá suas aventuras bélicas, como na Batalha de Salto, a 400 km dali.

Montevidéu, vista dos molhes. À direita, ramblas e casas, à esquerda, o porto e o por-do-sol.

A origem do nome Montevideo é controversa, mas entre as versões existentes, a mais aceita é que os navegadores vinham beirando a costa, e algumas elevações eram notadas como ponto de referência. Havia um monte bem localizado, onde o porto era mais fácil e o terreno mais acessível. Era o sexto monte ao oeste. Em carta geográfica, “Monte VI de O”.

Casa-pensão onde Anita passou cinco dos sete anos de Uruguai.

Anita e Giuseppe viveram nesta casa acima, localizada na rua 25 de Mayo. Na época era uma rua chique, hoje nem tanto, embora conserve algumas construções classudas e comércios finos.

O Dr. Luis Augusto Rodriguez Díaz, Sub-diretor do Museo Histórico Nacional fez a imensa gentileza de sair de seus afazeres na sede do museu, abrir pessoalmente a Casa de Garibaldi e me guiar pelo acervo, que abre apenas às segundas-feiras (no mês de junho).

Durante a visita, coincidentemente apareceu um grupo de jovens italianas, vindas de Lecco, especialmente para estudar a vida de Garibaldi no Uruguai. Dr Luis Augusto pediu para que eu contasse sobre o encontro de Anita e Garibaldi em Laguna e como foi o começo da vida deles. Foi um minestrone de português com espanhol e italiano.

Eu cercado pelas colegiais italianas, tentando me fazer entender. Foto do cartunista Gilmar Barbosa.

Além da visita a este museu, a viagem pretendia obter imagens de Montevidéu na época, além de outras informações relacionadas aos personagens envolvidos. Em 4 dias, consegui quase tudo que eu queria, além de conhecer o Mercado del Puerto, o chivito, o Dr Luís, o Padre Néstor Falco, a brasileira Xênia, muitos donos de sebos, algumas patrícias, etc…

Nos próximos posts, alguns destes personagens, as relíquas obtidas por lá e fotos desta viagem.

Lançamento em Laguna

09/09/2010

No último dia 06 de setembro, em Laguna, aconteceu o lançamento do álbum Anita Garibaldi, o Nascimento de uma Heroina.
O evento ocupou o belo casarão do IPHAN de Laguna, com a presença de familiares, amigos, autoridades da cidade e público em geral.

Aqui deste blog deixo meus sinceros agradecimentos à Prefeitura de Laguna, à Denise e às meninas da Secom (Gisele e Taís), à Fundação Lagunense de Cultura (Célia foi uma guerreira), ao IPHAN de Laguna e ao Rogério e Adriana- do Dek 901– que levaram aos presentes a excelência dos produtos e do atendimento já tradicional no melhor bar de Laguna.

Além dos interessados, vieram também para o evento os amigos cartunistas Gilmar e Mano Head. Até algumas baleias apareceram na praia para dar um toque especial ao feriadão prolongado. Voltei para São Paulo cheio de vontade de me mandar pra Laguna de novo assim que possível.

Os créditos das fotos são para Mano Head, anônimos e as melhores são de  André Luis, o fotógrafo oficial da prefeitura no evento.

Confirmado: lançamento do livro “Anita Garibaldi”, em Laguna- SC

20/08/2010

A Secretaria de Comunicação de Laguna confirmou o lançamento do livro “Anita Garibaldi, o Nascimento de uma Heroína, em Laguna”, no dia 06 de setembro.
O lançamento será no casarão sede do IPHAN na cidade, no centro histórico.
O início do evento será as 19:30 horas, com coquetel e sessão de autógrafos.
Especialmente neste evento o livro vai custar R$ 20,00.

Lançamento:
Anita Garibaldi, o Nascimento de uma Heroína
Álbum de quadrinhos, 68 páginas.
Preço de lançamento: R$ 20,00

Dia 06 desetembro de 2010
IPHAN, Praça Vidal Ramos, 118, Centro Histórico, Laguna – SC
A partir das 19:30

Contato: José Custódio Rosa Filho
custodio@custodio.net
(11) 5666.0677 / 9114-7128

verso do cartão-convite

Matéria sobre Anita Garibaldi na Ilustrada- Folha de São Paulo

12/08/2010

Matéria generosa de Diogo Bercito.
Apenas com a correção que no livro termina a narrativa em 1839, e não em 1835.

Ilustrada, Folha de São Paulo, 12/08/2010. CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIAR

Lançamento do álbum “Anita Garibaldi, o Nascimento de uma Heroina” em Laguna

12/08/2010

Confirmado: o lançamento do álbum Anita Garibaldi em Laguna será no dia 06 de setembro. Quem morar na região poderá aparecer por lá para bater um papo e comprar seu livro autografado.

Maiores detalhes nas próximas semanas.

Em São Paulo, o livro encontra-se na Livraria HQ Mix.

Quem morar em outras regiões e interessar, pode comprar um livro autografado diretamente do autor pelo email anita@custodio.net

04 de agosto: há 161 anos morria Anita Garibaldi

04/08/2010

No dia 04 de agosto de 1849, em uma pequena fazenda em Mandriole, Ravenna (It), morria febril, no quinto mês de gravidez, Anita Garibaldi.
As circunstâncias da morte são conhecidas: estava em fuga há  30 dias, junto com Giuseppe, perseguida por um exército de 30 mil homens franceses e austríacos. Saíram de Roma, que estava cercada por soldados imperiais, e percorreram quase 500 km a cavalo, a pé e de barco, em zigue-zague pelo centro-noroeste da Itália, por 30 dias. O pequeno séquito de soldados e amigos defensores da República que os acompanhava foi se desmanchando e sendo aniquilado, pois a captura era seguida de execução sumária.

Em homenagem a ela, publiquei aqui, por algumas horas, as primeiras 4 páginas do livro Anita Garibaldi, o Nascimento de uma Heroína, lançado no último sábado.

Era uma oportunidade temporária para que leitores que não puderam ainda ver o álbum tivessem a chance de ler uma pequena parte.

Quem se interessar pelo livro, pode entrar em contato pelo email anita@custodio.net.

Resenha Blog dos Quadrinhos

03/08/2010

No Blog dos Quadrinhos, uma resenha do livro Anita Garibaldi, o Nascimento de uma Heroína

Retificações sobre Anita Garibaldi

03/08/2010

Em matéria publicada em jornal e republicada por alguns blogs, consta como afirmação minha de que Anita nasceu em Laguna.

Isto não procede. Talvez por algum erro de interpretação de alguma frase, o reporter creditou esta frase como dita por mim.

Na verdade, ninguém pode afirmar, até o momento, onde exatamente nasceu Anita Garibaldi. Pode ser em Mirim ou Morrinhos (antigamente pertencentes a Laguna), ou em Lages, no planalto cartarinense. Como nunca foi achado um documento que respondesse a esta dúvida, no próprio livro eu deixo esta hipótese em aberto.

O mesmo vale para a data de nascimento dela. Até o momento, não foi achado nenhum registro original de seu nascimento, sabendo-se, apenas, que ela nasceu no ano de 1821.

Fica o registro para que alguns equívocos não se perpetuem.


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