Archive for janeiro \31\-02:00 2009

Esboço de Garibaldi

31/01/2009

Embora Garibaldi tenha a estampa de quem parece ter a altura de um centroavante matador, fisicamente ele estava mais pra altura do Romário ou Maradona. Sua ficha de inscrição na Marinha  piemontesa em 1833 dá que ele tinha 1,66.
Talvez fosse a altura mediana na Itália daquele tempo. O fato é que ele nunca foi tratado como baixinho, como Napoleão, por exemplo. Era extremamente atlético e fisicamente infatigável, e tinha uma boa voz. Impunha respeito na marujada e era temido pelos inimigos.
Pelo relato da exumação do corpo de Anita, eles tinham quase a mesma altura, o que não é muito “legal” em uma história de aventuras e heroísmos. Respeito esse dado ou faço o herói um pouco mais alto que a mocinha?
O meu Garibaldi está mais ou menos assim, ainda sem aprofundar.

O perfil dele é interessante pra desenhar

O perfil dele é interessante pra desenhar


Ainda falta um pouco de dinâmica.

Ainda falta um pouco de dinâmica.

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Giuseppe Garibaldi

31/01/2009

As imagens que se tem de Garibaldi são sempre grandiloquentes. Peito estufado, queixo erguido. Há imagens dele mais velho, com os olhos miúdos e semblante cansado, mas aí ele já é um velho herói consagrado.

De fato, como herói romântico ele preenche as expectativas: aventureiro, sonhador, revolucionário, idealista, desapegado a dinheiro ou riquezas, viajando o mundo pra “libertar os povos” e também a sua Itália. Mas por outro lado, era bastante ingênuo, manipulador de fatos, tinha lacunas de formação política, era mais voluntarioso do que esclarecido e, como talvez tenha sido um dos primeiros vultos da história a poder revisar sua biografia em vida, se  colocou sempre com grande importância diante dos fatos e “limpou” a própria barra deixando diversos relatos.
Sua biografia mais conhecida foi escrita por Alexandre Dumas, pai, autor, entre outros, de O conde de Monte Cristo e Os Três Mosqueteiros. Além de virar amigo, era fâ de Garibaldi. Convenhamos, o escritor perfeito para o Garibaldi-personagem que o Garibaldi-homem queria deixar para história. O próprio Dumas optou por escrever sua biografia em detrimento de outro projeto, por achar mais interessante escrever sobre este homem vivaz e contraditório, do que sobre algum figurão inglês.

Estudo de Anita Garibaldi

24/01/2009

Continuando o post anterior, a “minha” Anita, ainda em fase de estudos, vai ganhando um aspecto mais ou menos assim:

A partir da imagem original...

A partir da imagem original...

tento desenvolver a personagem...

tento desenvolver a personagem...

até que ela possa ganhar "ação".

até que ela possa ganhar "ação".

O que não quer dizer que não mude tudo, na medida que chegar a fase de desenhos mesmo.

Morena misteriosa

24/01/2009

Quase toda a biografia de Anita Garibaldi está envolta em mistérios. A pouca documentação, a vida curta e atribulada fez com que ela deixasse poucas imagens confiáveis. Mas como ela era?
A mais conhecida e consagrada imagem de Anita é esta, feita por Gaetano Gallino, no Uruguai. É uma miniatura, que faz par com uma de Garibaldi, esta bastante fiel, o que deduz que a de Anita também fosse. Na peça exposta no Museo del Risorgimento de Milão há uma inscrição à mão de Ricciotti Garibaldi, filho mais novo de Anita, atestando que esta é a única imagem real de sua mãe.

Miniatura de Anita, segundo Gallino. Pintada no Uruguai

Miniatura de Anita, segundo Gallino. Pintada no Uruguai

Há outra imagem feita pelo pintor Gerolamo Induno, que os oficiais Garibaldinos que a conheceram disseram posteriormente que era a mais fiel aos seus traços originais.

Anita segundo um dos irmãos Induno

Anita segundo um dos irmãos Induno

O historiador Antônio Carlos Marega me contou um causo conhecido dos experts: Induno não quis vender este quadro à Ricciotti, o que o levou a escrever a declaração “autenticatória” no outro, para se vingar. Quando Anita morreu, Ricciotti tinha apenas dois anos.
O fato é que são as imagens mais “confiáveis” de Anita Garibaldi.

Mas a aura de heroína misteriosa fez com que muitos artistas se aventurassem em interpretá-la. Quase todos sobre as imagens mais conhecidas, com resultados bastante diferentes.

i-fã

24/01/2009

Criado em 1937, pelo governo Vargas, o Iphan teve no seu nascedouro a colaboração de gente como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, etc…
O Iphan está presente em muitas cidades, mas em um lugar como Laguna, que tem boa parte do seu centro tombado, a presença da instituição é muito mais forte. Para o bem e para o mal: o zelo na conservação das características originais de prédios e logradouros e o poder de veto até mesmo em reformas simples, como colocar ou não mais de um ar-condicionado em um prédio tombado, constrói uma relação tensa com os comerciantes locais, que entendem as limitações impostas como um “entrave para o progresso”.

Casarão sede o Iphan em Laguna

Casarão sede o Iphan em Laguna

Foi numa visita ao Iphan de Laguna, conversando com a responsável pela educação patrimonial Gizely Cesconetto de Campos, que fiquei sabendo que o acervo garibaldino de Wolfgang Ludwig  Rau estava em Laguna. Gizely inclusive me fez a gentileza de gravar sua tese de mestrado, que discorre sobre o patrimônio histórico de Laguna, além de arquivos com a evolução geográfica e arquitetônica da cidade, e um acervo com fotos de praticamente todas as dezenas de casas da área tombada. Também me passou o valioso contato de Antônio Carlos Marega, o arquivo humano mais completo sobre Laguna, sua história e sua gente. Mas o senhor Marega fica pra outro post.
O Iphan fica na Praça Vidal Ramos, 118, em frente à Igreja matriz de Laguna.

Cheiro de mar

18/01/2009
Desenho feito de acordo  imagem cedida pelo Archivio Fotografico del Comune Di Genova

Desenho feito de acordo imagem cedida pelo Archivio Fotografico del Comune Di Genova

A abertura da história, pelo menos por enquanto, seria este quadrinho. Foi assim para o projeto do PAC. Não sei se ele fica mesmo, se vai ser esta abertura, enfim…
É só pra ter algum desenho pra postar aqui, enquanto o trabalho todo é de pesquisa e texto.

O começo da pesquisa

18/01/2009

Os primeiros passos para a pesquisa vieram de livros “fáceis” de encontrar. “A guerrilheira”, de João Felício dos Santos, presente do colega Spacca, numa tentativa de me encorajar num caminho em que ele já é um mestre. A biografia de Anita feita pelo Markun, encontrável em livrarias e sebos de São Paulo.

Mas o grande salto foi quando descobri o acervo de Wolfgang Ludwig Rau em Laguna (ver a página “O Projeto” ao lado). Em outro post falo mais sobre este homem singular que não tenho o prazer de conhecer. O fato é que o acervo está na casa Pinto D´Ulysséa, ao lado da fonte da Carioca, no centro, e lá fui eu começar o garimpo.

A Casa Pinto D’Ulysséa, foto do site Laguna InFoco

A Casa Pinto D’Ulysséa, foto do site Laguna InFoco

Dentro da casa, além de objetos variados – garibaldinos, imperiais brasileiros e peças arqueológicas de sambaquis- há, claro, dezenas de livros sobre Anita e Garibaldi. É o mais completo acervo sobre ela existente no mundo.

Com algum tempo de pesquisa, você começa a descobrir quais livros são mais interessantes, sob o seu ponto de vista. E alguns livros importantes eu tive sorte de encontrar, depois, em sebos de São Paulo ou Porto Alegre, o que me poupou algum trabalho.

Mas a pesquisa no acervo é mais ou menos assim: durante as viagens para Laguna, eu me instalo no fundo do acervo, com um  velho ibook, e procuro os livros que considero estratégicos.

Acervo de livros do Rau, visto de quem senta no fundo da segunda sala.

Acervo de livros do Rau, visto de quem senta no fundo da segunda sala.

Escolhido o livro, pego a câmera, vou para perto de uma fonte de luz natural e começo a fotografar, página por página. Espertamente, demorei quase metade do primeiro livro de 300 páginas para perceber que podia fotografar as páginas abertas, e economizar 50% do tempo e da tinta de impressão depois. Muito cuidado é necessário, alguns livros estão em estado delicado.

Fotografando os livros página a página.

Fotografando os livros página a página.

Depois, baixo no ibook e salvo num pen drive. Quando volto pra casa, em São Paulo, trato cada página no computador, dando o contraste e transformando em p&b.

Páginas já em p&b e contrastadas para dar leitura.

Páginas já em p&b e contrastadas para dar leitura.

Por fim, as páginas são impressas e viram encadernações espirais, cheias de post-its e anotações.

O produto final.

O produto final.

Como dá pra ver, desenhar é o final do processo.

Foi dada a largada!

18/01/2009

Serão 8 meses de ácaros, prancheta e calo nos dedos.

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