
Pôr-do-sol romano visto da Basílica Santa Maria in Ara Coeli
Em dezembro de 2016 viajei por quatro cidades italianas para o lançamento do livro “Anita Garibaldi, la nascita de una eroina“, a versão europeia do livro lançado aqui em 2010 (no momento esgotado).
Por motivos diversos, as postagens desse tour até hoje não tinham sido feitas. Mas como algumas resenhas do livro ainda têm saído na imprensa italiana e o blog tem um perfil documental sobre o projeto como um todo, cabe postar sobre essa experiência italiana, mesmo com atraso.
Nas próximas semanas publicarei resenhas e críticas italianas sobre o livro, assim como os relatos da viagem, contando as experiências em cada uma das cidades visitadas.
Talvez essas postagens possam ser apreciadas desta maneira: como um diário de viagem que de repente foi achado em uma gaveta.
Roma 1- A Feira

O principal evento em Roma era o lançamento do livro na feira Piu libri, pui liberi, que traduzido mais ou menos ficaria “quanto mais livros, mais livres”.
Esta feira fica no Palazzo dei Congressi em EUR, um bairro “moderno” de Roma, afastado do centro histórico, com avenidas largas, prédios racionalistas, praças e chafarizes.
Foi um bairro aberto na marra por Mussolini, espalhando os limites de Roma para o sul e tinha o objetivo de receber a Exposicão Universal Romana (EUR) em 1942, uma feira mundial que tinha versões anteriores em Paris e Londres.
A guerra impediu a feira e o projeto, que foi sendo completado posteriormente seguindo o projeto original, mesmo o Fascismo e Mussolini sendo extirpados.
A continuidade urbana é de praxe na Europa. A visão de longo prazo, por décadas ou séculos, sem pensar em ciclos de obras e conceitos a cada quatro anos ou a cada mandato é de dar dor no cotovelo.
A Feira é feita para pequenas e médias editoras italianas, se assemelha à feiras brasileiras, mas a potência do mercado destas editoras é muito maior. Os corredores estavam lotados praticamente todos os dias, em quase todos os horários. É visível que o hábito de leitura consegue movimentar e sustentar editoras artesanais, ou mesmo aquelas que são “quase grandes”. O trabalho é duro, o mercado tem muitas editoras, mas tem muita gente lendo.
E estamos na Itália: a estética e a parte visual conta. A VerbaVolant tem livros-cartazes, que ela chama de “livros de paredes”(Libri da Parati), que são extremamente procurados pela beleza visual, esgotando tiragens. Best Sellers.
Em um dos dias eu e a editora Fausta di Falco demos entrevista para a jornalista Monica Soldano, que veiculou na rádio em que trabalha e no 100 passi Journal.
No terceiro dia de Feira fiz uma palestra(*) para crianças em um dos auditórios do complexo Palazzo dei Congressi.
A editora Fausta di Falco e a generosíssima tradutora do livro Giovanna Lojacono fizeram parte da mesa.
No último dia de Roma visitei o monumento de uma velha amiga, para deixar uns livros.
Mas isso fica pra uma próxima postagem.
(*) Palestra
Palestra, para nós, um termo consagrado como evento em que um ou mais convidados dividem palco ou microfone para falar sobre assuntos diversos, na Itália é simplesmente “ginásio de esportes”. A nossa academia. “Vado alla palestra” é alguém indo malhar.
Aqui no Brasil, Palestra, Itália e Academia são termos que não se encontram entre pesos e ergométricas, mas sob um time de futebol.
Por acaso, o time do autor.
🙂
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